Se você nunca ouviu falar da Semana de Moda de Madri, saiba que é todo um mundo à parte. Existem as estrelas, as lendas, os fashionistas, o povo caçando modelo famoso pra tirar foto, os novos estilistas – ou seja, do mesmo jeito que eles provavelmente conhecem o Kaká do Real Madrid e não sabem o que é Neon e Alexandre Herchcovitch, a gente sabe quem é o Pedro Almodóvar mas também não conheceAgatha Ruiz de la Prada e Elisa Palomino (que, não confunda, não tem nada a ver com a Erika).
E o evento está num momento especial: apesar do extenso line-up (oficialmente são 33 desfiles, sem contar os off-calendário) ela sofreu algumas baixas (Adolfo Dominguez, que é bem conhecido por aqui com várias lojas, é um dos que saíram). E ao mesmo tempo – é o que todos os jornais espanhóis destacam – ela acaba de conseguir um patrocinador de peso: a Mercedes-Benz. Com isso, entra no rol de semanas de moda com patrocínio da empresa (NY, Berlim, Miami e Austrália são as outras). A data foi marcada justamente pra coincidir com o “começo” da temporada internacional – ou seja, depois do SPFW, mas logo antes de NY. Antes, a maior parte do subsídio pra colocar o evento de pé era público.
A Semana de Moda de Madri tem algumas características bem especiais. O backstage, por exemplo, é um primor: muito espaçoso, sem bagunça, com lugar específico até pra fotógrafo fazer foto da fila (agora, num display cheio de logos do patrocinador, claro). Talvez por isso os desfiles atrasem no máximo 10 minutos, todos! Incrível, né? A cobertura de fila A é supercivilizada: quando alguém diz “chega de fotos”, todo mundo sai na hora sem insistir. A sala de desfile fica bem lotada, mesmo na “sessão” das 10h30. E eles têm um costume muito divertido: se gostam de um look que aparece no meio da apresentação, aplaudem em cena aberta. A impressão que fica pro estrangeiro é que o mundo fashion espanhol é bem unido, e bem capaz de se fortalecer cada vez mais por causa disso.
